O intervalo entre a lembrança e a ferida
Ahhhh, estive pensando nos nossos
últimos encontros. Pois é, minha memória teima em guardar recordações de tudo,
inclusive datas – lembro a data exata do nosso primeiro beijo a cinco anos atrás,
em uma terça-feira de primavera – e pessoas que passaram pela minha vida. Mas você
tem sido alvo principal dos meus sonhos e pensamentos.
Seguro a respiração por um tempo
e suspiro ao me lembrar daquele dia, o último, no qual me dei o direito de
perder a cabeça, de deixar o desejo em mim falar mais alto. Eu desejei me arriscar
e permiti que essa loucura fosse só com você. E não me arrependi, poderíamos ter
repetido, mas odeio seus silêncios e você aceita meu orgulho.
Em meio às lembranças daquele
momento indescritível, fico me perguntando o que se passa na sua cabeça sobre
essa minha insanidade, se pensas como eu e desejas repetir a dose de prazer.
Não me reconheces? Eu não mudei,
não deixei minhas crenças, não! Mas toda mulher sabe ser mulher na hora e na
medida certa quando encontra a pessoa ideal. E eu me senti assim nos seus
braços.
É como dizem: “O beijo da pessoa
que se ama é sempre o melhor”.
Mas os pensamentos se vão e mesmo
batendo ponto todas as noites, eles uma hora me deixam dormir e pensar em mim,
me dando uma única afirmação: “Essas coisas ficaram no passado, eu sou apenas
mais uma ferida em recuperação”.
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