Silêncios
Não vou descarregar esses 26 dias de silêncio falando de
amor ou que eu queria que ele tivesse me ensinado à jogar xadrez nesses dias em
que estive ausente. Não! Me recuso à falar de amor. Me recuso à lembrar que
esses dias, mesmo corridos, todas as noites, eu estive pensando nele antes de
dormir. E ao me recusar já estou falando.
É que o amor é grande parte de mim. E essa extensa parte
clama por vida, querendo ter alguém que não vem.
Tantas coisas aconteceram nesses últimos dias e eu só queria
ter certeza que a minha ilusão de que você deixaria de ser parte dos meus
pensamentos e desejos, fosse realidade.
Queria dividir minhas felicidades com você, dar pulos de
alegria e abraços cheios de emoções. Queria não me sentir só, mesmo quando eu
tenho companhia. Queria parar de olhar as pessoas passarem por mim no ônibus,
ou tão somente seus vultos visíveis, pois é somente isso que consigo ver por
estar com o pensamento em você. Queria parar de te procurar na rua. Queria
parar de te encontrar somente nos meus pensamentos e nos meus sonhos.
Podes ver que o silêncio diz muito, mesmo quando eu não sei
o que dizer, mesmo que eu não queira dizer nada, mesmo que aos gritos você não
me escute.
Talvez amanhã seja um outro dia. E quem sabe um outro dia eu
possa conseguir falar de amor e sorrir com isso. Quem sabe eu possa silenciar
20, 30, 50 dias estando com você, numa partida de xadrez ou do velho e
fodástico super Nintendo. Quem sabe seja somente um filme numa tarde de
primavera. Quem sabe... Talvez.
- JLa
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