A melhor explicação de ser palmeirense é não ter como explicar


Tudo começou com um time de bairro dessa capital tão distante do reduto oficial do grande palestra Itália.

Eu nem sabia o que era essa paixão, o que era pertencer à uma nação que não se chamava Brasil, mas que tinha em si a cor mais representativa dela.

Era uma criança, levada pelo seu tio à assistir uns pernas de pau correndo atrás de uma redonda, num campinho de barro vermelho pisado. E eu estava lá na lateral pulando e gritando: “Vai Palmeiras!”, mesmo sem saber o porque. Eu só queria ver a bola entrar e vibrar o gol na trave à nosso favor.

Até então só conhecia isso de futebol: dois times, tentando um fazer gol na trave do outro.
Mas aquela menininha foi crescendo e carregou uma necessidade de saber um pouco mais. Afinal, o que é Palmeiras? Me indaguei.

Seus títulos, até então, eu tinha em mãos. Mas e as suas histórias, conquistas e derrotas?
Foi ai que eu descobri que o Palmeiras na verdade surgiu Palestra Itália em 1914, conquistando a taça Savóia no ano seguinte, e sobreviveu à crise econômica que quase lhe levou à seu fim ao realizar uma partida de futebol para provar que merecia uma nova chance de continuar. E o Palestra venceu! Palestra 2 x 0 Savóia.  Dali em diante, seria impossível acabar com o clube que tantos já amavam.

O Palestra Itália se tornou oficialmente Palmeiras após as opressões da primeira e segunda Guerra Mundial, quando Getúlio Vargas, por meio de decreto-lei em junho de 1942, obrigou as instituições esportivas que tivessem nomes estrangeiros a mudar suas denominações.

E advinha quem foi o primeiro rival do agora Palmeiras? O São Paulo, que acabou a partida sendo derrotado pelo placar de 3 a 1.

Aaahhh, como não amar esse clube?

O Palmeiras se sagrou Campeão Paulista de 1974 contra seu já então maior rival, o Corinthians por 1 a 0.

Como eu só nasci em 1991 e somente anos depois vim a tomar ciência de algumas coisas sobre futebol, lembro-me apenas da vitória do Palmeiras na Copa do Brasil sobre o Cruzeiro em 1998, com Felipão; a libertadodes de 1999 onde levou o título e onde surgiu o apelido de São Marcos do nosso eterno goleiro palmeirense e todos os outros chorados e sorrisos títulos de lá pra cá.

Fomos série B, mas soubemos voltar às origens com maestria, como sempre. O vi chegar diversas vezes ao G-4 mesmo não conseguindo o título, mas vi. Grito à cada oportunidade, grito à cada passe errado, xingo, berro, choro... mas, são essas coisas que se faz por amor, ou não é?

O Palmeiras foi meu primeiro amor e, olha, nós nos amamos até hoje, mesmo com as decepções e com todas as vezes que discutimos a relação. E eu sendo palmeirense desde criancinha reafirmo, que a melhor explicação de ser palmeirense é não ter como explicar, como disse, sabiamente Joelmir Beting: "Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível.”

Sou uma no meio de mais de 16 milhões de Palmeiristas, Palmeirenses, Palestrinos e/ou Alviverdes que respiram Palmeiras e que tem sangue verde.

Sim, senhor.
Eu sou Palmeiras!!


-JLa

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