O espelho de Luiza
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Oii, 2016!
Você chegou!?!?
Seja bem vindo :*
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E para começar 2016 com motivação, reservei um tempinho para
editar a história de mais uma leitora e dividir com vocês.
História risco: FOFURA!!
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Quando eu ainda tinha 7 anos, ganhei um espelho branco, meio sem graça, da minha avó e, assim que ela me deu aquele presente, me disse que não havia comprado mas que ele era muito especial, que eu não usasse para brincar e muito menos perdesse-o. Completou as orientações dizendo que eu usasse-o somente quando eu quisesse refletir sobre alguma coisa.
Achei muito estranho, mas segui todas as orientações a risca.
Fui crescendo e sempre que tinha alguma dúvida eu buscava respostas no espelho. Minha imagem refletia por horas e eu ficava ali, como se enfeitiçada, por um bom tempo até conseguir uma luz, uma resposta. Era literalmente uma reflexão.
Com o tempo fui entendendo o quão importante esse espelho era, para mim e principalmente para minha avó. Minha mãe sempre que me via com ele, questionava: - Luiza, já está se olhando nesse espelho novamente? Larga isso, Luiza!.
Mamãe nunca entendeu e sempre me achou anormal. Deve ser por isso que eu fui presenteada com ele e não minha mãe.
E assim começou essa história. Assim, quando eu finalmente estava com o pé na porta da faculdade, me deparei com duas opções e uma delas era o desafio de mudar de cidade. E agora? Ir ou não ir? Fui lá no espelhinho, pesei os prós e contras, refleti e decidi. Vou enfrentar!
Já na nova cidade, com novos desafios e conhecendo novos ambiente e novas pessoas, a vida cruzou meu caminho com o do Vitor.
Eu estava na fila do cinema, e obviamente, sozinha porque não gosto de cinema e se quero muito assistir um filme recém lançado, não gosto de ir acompanhada. Mas, de repente, o Vitor falou comigo, tirando uma dúvida incrível quanto ao meu filme favorito. Coisa de outro mundo. E ele, por coincidência ou não, também estava sozinho para o filme.
Conversamos no sofá enquanto chegava a hora da sessão e ele pareceu bem simpático, atencioso e de cara já percebi que o filme favorito não era a única coisa em comum.
Dada a hora do filme começar, Vitor me lança uma proprosta: - Posso assistir com você?
Ai vem aquela sensação de agonia, de privacidade invadida, de sufocamento. Sim! Eu tenho essas sensações quando surge algo fora da minha rotina ou dos meus hábitos. E quando procurei meu espelho, onde ele estava? Não encontrei.
Ele ficou me olhando e esperando alguma resposta, mas eu só conseguia parecer uma louca procurando um espelho. Vitor, logicamente, nada entendeu.
Então, era hora de decidir sozinha! Na lata! Sem tanto refletir.
A questão era se seria válido agir sem pensar antes, sem refletir, sem ter tempo para avaliar.
Vocês devem estar pensando que é exagero, dependência do espelho, mas não, era falta de confiança e ao mesmo tempo uma necessidade de não errar por pensar muito antes de agir.
Eu fui na vera. Me controlei, fechei a bolsa, me contive e disse Sim! Arrisquei!
O Vitor era apenas mais uma pessoa que eu estava conhecendo, em uma cidade diferente e em um momento diferente. Era hora de quebrar os velhos hábitos.
E não é que deu certo!?
Naquele momento, arriscar sem o espelho foi uma das melhores coisas que já fiz. Daí eu comecei a perceber quando o espelho era realmente fundamental. Quando ele poderia filtrar minhas atitudes, evitar meus possíveis futuros erros, me conduzir à atitudes certas e a refletir quanto aos alfinetes dados pelos caminhos da vida. Mas quanto ao amor, o espelho não consegue refletir o que há por vir.
Na verdade o amor não pode ser refletido em espelhos, o amor só se reflete no outro.
Meu espelho segue comigo, mesmo depois de tantos anos. E sempre que preciso for, ele será utilizado, seja como reflexão, como tempo para contar os 10 segundos de paciência ou ainda como um elemento que me passe confiança.
E mesmo com ele, o amor é meu primeiro elemento.
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