Meu desejo no dia dos namorados

Abri uma página em branco por cinco dias. E nesse exato momento já me faltam palavras. 

Pensei que já tivesse acostumada com os Valentine’s days solitários, pensei que seria somente mais um dia como outro qualquer, mas, que leigo engano.

Eu até poderia tê-lo como um dia normal, se a TV, o Facebook e todos os outros veículos de comunicação não esbanjassem propagandas, textos e declarações nas 24 horas do dia e ainda nas 1000 horas que o antecederam e jogassem na minha cara que nada disso era para mim (kkkkkkk)  – Pausa para um agradecimento breve aos que, inteligentemente, não me deixaram alguma mensagem com um: “Feliz dia dos namorados, Jaque!”, pois amenizou muuuuuito minha situação.

Deprê? Sim! Inveja (boa)? Sim! Vontade? Sim! Saudade também, infelizmente. 
Será que não pensam nas pessoas que não tem esse companheiro afetivo ou que ainda não o encontraram? 
Não! Não pensam mesmo. 
Devem pensar: que se lasquem os solteiros sofridos e também aqueles que não tiveram um dia dos namorados memorável, ou então, somente, acompanhado. Sim, porque devem ter decretado esse dia para que, ao menos nele, você esteja com a pessoa amada, por um minuto, um segundo ou algumas muitas horas, mas esteja. E isso, meu Deus, já vale por todos os presentes do mundo.

Eu já disse que não gosto de presentes?
Pois é, não gosto. 
Ganhar é bom, admito! Nos faz pensar que a pessoa reservou um tempinho para você, lembrou com carinho, quis agradar, mas, algumas vezes, me soa como uma obrigação e principalmente quando é alguma data comemorativa. 

Porque presentes precisam de datas certas para serem dados?

Eu gosto da surpresa. 
De um dia estar em algum lugar, ver algo, e pensar: “Nossa!!! Aquilo me lembra fulano (a)!!” e dar um jeito de levar para a pessoa. Assim, sem motivos, sem obrigação e apenas por lembrança. E isso é bem mais valoroso que um presente carérrimo de dias dos namorados.

E quanto ao “Eu te amo”? Não, não foi disso que senti falta nesse dia. Por que por poucas vezes nessa minha pouca estrada de relacionamentos “amorosos” já ouvi algum ‘Te amo’ meio que agarrando a goela para não sair e, hoje, percebo que eles realmente foram da boca para fora ou para cumprir tabela na enrolação com esta que vos escreve. 

Aprendi que muitas vezes se diz um lindo “Eu te amo” sem palavra alguma, mas o problema é que nunca consegui decifrar silêncios. Daí comecei a considerar cada ato de abdicação e de doação como um eu te amo, mesmo que breve, porque afinal, amar é isso, ou não é?

O que eu queria na verdade era presença porque a ausência já nem me aguenta mais.
Não quero dizer que se eu tivesse uma companhia qualquer ao meu lado, no sofá da minha casa, esse vazio estivesse preenchido. 
Não, okay?
Também não é assim. Mas acredito que essa minha insistência em não tentar com outras pessoas tenha me tirado oportunidades, boas ou não, mas me deixou sem ao menos saber. Só que, olhando por esse ângulo e defendendo minha causa, como tudo na vida tem seu lado ruim de ter estado só, também existe o lado bom: eu evitei mais sofrimento. Sim! Porque é mal de mulher sofrer por tudo, principalmente quando o assunto é homem. Ô MAL TRISTE, JESUS! VALEI-ME!

Repescando passado, hora ou outra teimo em pensar se ele não poderia ser futuro, e hora ou outra vejo que ele apenas brinca comigo. E que brincadeira de mal gosto, viu!?

Então, esse dia 12 de junho me fez pensar muito, em meio à um choro preso, que não mais consegue sair, no que realmente eu quero no auge dos meus 24 anos. Não cheguei à conclusão alguma, porque não sei quanto tempo mais eu terei e se dará tempo de programar alguma coisa, mas eu sei que quero mais dias felizes, então conclui que eles podem acontecer com ou sem uma companhia.  Que o dia dos namorados é lindo sim, para quem o tem e se eu não tenho ele não tem obrigação de ser feliz para mim (eu não me perdoo quando chego à essas conclusões dolorosas hahhaha). Mas que ele também pode ser um bom dia para quem não tem com quem comemorá-lo. Dane-se se a mídia inventa esses dias para garantir o lucro do mercado e do PIB, sei lá, mas imagino quantas pessoas foram dormir felizes por terem recebido uma serenata, um buquê de flores no trabalho, um SONHO DE SALVA, uma tele mensagem  -sim, isso ainda existe-, uma simples mensagem ou uma baita massagem nesse dia e foi dormir super feliz, e sim, também consigo me sentir um tanto feliz com isso.

No fim desse dia, enquanto escondia todas essas amarguras que acabei de pôr pra fora, recebi um amigo em casa, e sem mesmo eu saber, ele sabia o que eu tinha, me perguntou o que eu queria comer e logo entendi o que eu queria naquele dia. Entramos no seu carro e fomos atrás de algo que eu não comia fazia tempo: acarajé.

Pois é, pode ser bem engraçado, mas não. Pode não ter nada a ver, mas tem!
Era um desejo real, ambíguo também, mas, ele tinha a certeza de que, ,se, naquele dia, eu tivesse ao menos alguma coisa que eu desejasse eu já ficaria um pouco mais feliz.

E foi assim... com um simples acarajé que a amizade fez o meu dia dos namorados menos sofrido.
Por isso que me pergunto o que seria de nós, nos dias de sofrimentos amorosos, sem os amigos???

Naaada, naaada, naadaaaa!!

E como foi o seu dia dos namorados??? Feliz?? Com acarajé ou sem acarajé?? Com pimenta ou sem pimenta??

O meu brinde hoje vai aos amores verdadeiros: AOS AMIGOS!!!


HAPPY VALENTINE’S DAY (atrasado)!!

Bjokas, 
JLa

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