Nas Tuas mãos


Hoje o dia foi calmo, não falo que as minhas dúvidas foram ausentes ou que a carência não foi presente, falo do tempo. A chuva deu trégua, os trovões também.  Não que eu tenha medo de trovões,  pois esse medo eu não sofro. Mas ao menos eu tive o calor do dia, sem o frio perturbador que me faz desejar acolhimento,  cobertor,  companhia.

Tive o prazer do sol brilhando, por horas, na minha janela, me dizendo que ele, assim como Deus,  estavam ali, a me iluminar.

Sentir conforto, por vezes, é gratificante. Ter companhia também.

E isso me faz lembrar que o tempo está passando, as chuvas vão e vem, o sol por várias vezes aparece, mas tem dias que o cinza predomina e eu me vejo sempre solitária.  Como se o tempo, a cada dia, lançasse um mar cinza e lavasse minhas esperanças em progredir, em ser e em ter, junto com sua água.  Numa constante neblina fria.

Me arrepio, acordo, olho o relógio e percebo que sempre é tarde, quando se trata de tempo.

Tento correr atrás, digo para mim mesma que os sonhos devem ser alcançados, mas a teia dos meus princípios e crenças me lembra que só o dono do tempo tudo sabe, tudo vê e tudo pode.

Acalmo meu coração,  coloco a cabeça no travesseiro, peço minha proteção e entrego nas Suas mãos.

E só mais uma lição.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Carta de "fim de namoro" - Texto em inglês

Irmãos de alma

O cupido de 4 patas