Primeiro fim

“Eu posso voltar no tempo só por um dia? Não é para mudar algo, é só para reviver.”
(Renato Russo)

Era tudo muito novo. 
Apesar de já estar ali a um bom tempo, nada daquilo parecia me pertencer, nada parecia ser parte de mim.  
Apesar de já conhecer algumas pessoas, todas elas eram apenas colegas de escola. 
Não havia amizade. Não pertencia à grupinhos. Não me enturmava, não me identificava. Eu era uma menina em um mundo novo, só, almejando algum caminho.

Em meio aquela rotina semanal de 40 horas de aula, os intervalos e os almoços, eu o conheci. Geralmente ele estava com um violão e uns companheiros de turma, nas horas vagas, nas sombras das árvores da escola ou abandonado em algum banco necessitado de música. Ele passou a ser o meu grupinho, as minhas amizades, a pessoa com quem eu me identificava.

Não sei o momento certo em que nos conhecemos ou nos falamos pela primeira vez, mas logo percebi que ele era daquelas pessoas que ficam na sua vida e que lhe fazem um bem danado.

Eu tinha 16 anos, ele eu não sei.

Fomos nos aproximando, criando afetos, dividindo alguns poucos momentos. Lembro-me que as aulas que matei para ficar com ele eram válidas e eu me sentia bem ao seu lado.

Ele católico, eu também. Eu, até então, era uma pessoa calma, ele também. Magros (risos), com algumas diferenças relevantes (eu acho).

Assim perdurou por rápidos 7 meses. Foi meu primeiro namorado (não oficial). E acabou quando eu acreditava estar dando certo, sem ao menos esperar e sem saber o por quê, o que me machucou bem mais. 
A inexperiência ajudou muito no sofrimento pós fim de namoro, a falta de explicações também.
Era minha primeira experiência amorosa que não daria certo. E eu não podia chorar em casa, eu tinha que ser forte e omissa, segurar a peteca, levantar, sacudir a poeira e seguir.

Eu lembro que a dor durou um bom tempo. Mas tem que durar, tem que doer. Hoje eu sei bem isso. 

E se não fosse para doer e se não fosse para acabar, hoje, eu até que reviveria.


Mas jamais seria como foi um dia.

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P.S.: Essa história não é de leitor. 
P.S.1: É a minha história do meu primeiro fim (não oficial).
P.S.2: Ele? Ele sabe quem é (e pode estar lendo agora)!
P.S.3: Pode ser que eu compartilhe os outros "fins". Qualquer dia, quem sabe!?
Bjokas,

-JLa

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