A alma felina que tenho em casa

Todas as noites, sem exceção faço o mesmo ritual: coloco a ração nos comedouros para atrair Jassie e James (sim, é o nome daqueles vilões da equipe Rocket do Pokémon rsrs), limpo a caixinha de caquinhas, fecho a porta do quintal, coloco-os para dormir, apago as luzes,  fecho a porta do quarto e me deito.

Mas não demora nem um minuto e escuto a casa quase desabando.
São eles cheios de energia, correndo e brincando nos móveis da casa. Derrubando os jarros, destruindo as flores (artificiais, claro), afiando as unhas no sofá,  perseguindo algo que só eles microscopicamente enxergam e apostando corridas a 50 km por hora.
Levanto-me já enfurecida e quando os vejo está uma calmaria só,  deitados no chão, estáticos, com aqueles olhinhos de inocência e já sem coleiras.
Me nego à iniciar a caça as coleiras as onze da noite e somente dou-lhes um sermão,  jurando que me entenderam e que vão se comportar e coloco-os em seus lugares novamente.  E assim se repete mais duas vezes para, enfim enfadados, dormirem.

Mas acho que na regra de que gatos dornem 16 horas por dia, eles são uma exceção.

Cochilam durante o dia, mas volta e meia estão aprontando ou comendo.

No natal, nada parava na árvore,  eu tirava e colocava o pisca-pisca três vezes na semana, já flaguei a Jessie pendurada no meio da árvore toda torta amparada pela parede.

O James é fissurado no sofá, passa o dia afiando as unhas. Se eu tivesse um namorado, noivo ou marido diria que o James é uma réplica dele, porque uma baguncinha é com ele mesmo, mas posso dizer que ele é a réplica do meu tio, igualzinho, por sinal. Fora o fato de ele ser medroso com tudo, com qualquer barulhinho de eletrodoméstico ele já corre.
Enquanto que a Jessie fica toda posuda me vendo fazer as atividades domésticas como se entendesse tudo e ainda é mais pacífica que ele e acaba tendo de aturar seus machismos.

A poucos dias, acharam um ratão no quintal e troxeram de presente para dentro de casa. Começava aí a caça ao rato. Minha irmã tremendo de medo encima de um banco com um pedaço de pau na mão, Jessie atenta, James sem entender nada e só querendo brincar, eu encima de outro banco com uma vassoura e o rato pensando que estava escondido, todos trancados no quarto. Cutuquei o roedor e ele saiu da toca em direção à porta enquanto minha irmã soltava um berro e os felinos se penduravam assustados com o grito e agora com pavor à ratos. Sobrou pra quem?  Eu! É,  ainda bem que tenho medo de borboletas e não de ratos, né!?
Para resumir a história,  tirei o rato e fomos dormir com os dois na nossa cola com medo.

Com eles tudo é novidade,  nunca criamos gatos que descem tanto trabalho,  que comecem tanto, que ronronacem tanto e que tivessem medo de ratos. Mas essa é alma felina desses gêmeos que mesmo sem ainda conhecê-los eu acertei quando escolhi o nome dos vilões.
Kkkkkk

Mesmo sendo travessos, eles são anjos que Deus nos envia para alegrar nossos dias.

Apresento-lhes os felinos: Jessie com sua coleira vermelha e James de azul.






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