O que aconteceu?

Quando olhava para o lado de fora, pela vitrine, eu desconhecidamente o reconheci. Após uma demorada negação do que eu enxergava, dei por mim e aceitei que o fato era verídico, porém, não aceitável, muito menos justificável.

Cadê aquele rosto pelo qual me encantei, o qual admirei centímetro à centímetro após cada beijo? Onde foi parar sua vaidade? 
Senhor, ele enlouqueceu, só pode!!

Essas foram umas das mil perguntas que me fiz enquanto estive estagnada querendo não tê-lo visto. Não queria ter reconhecido-o, além do mais, não parece ser ele.

Pesquisas realizadas pela Universidade das Mulheres Solteiras, afirmam, com base em estudos, que 99,9% das mulheres gostam de homens de barba feita e cabelo curtinho (em dia, ok?) que combine com seu tipo de rosto.
Não acredita? Pois eu afirmo: sou uma dessas!

Para não frustar os adeptos de cabelos compridos, vou me abster à mais decepções e me ater somente à essa indagação que adquiri após vê-lo nesse estado: - O que aconteceu?

Não estou exagerando. Eu imaginei reencontrá-lo, algum dia, de bem com a vida, lindo como eu sempre o enxerguei, acompanhado (lastimadamente, mas fazer o que né!?) e fisicamente, aparentemente e pessoalmente FELIZ. Mas simplesmente não era ele que eu via alí, continuei a recusar.
Imaginei vê-lo daquele jeitinho sem jeito, envergonhado, porém, auto suficiente. Com aquelas velhas brincadeiras de mentir, como ninguém mais sabia fazer, mesmo sabendo que todos sabiam que era mentira. Com aquelas cutucadas chatas acalmadas por um beijo. Eu o imaginei como antes, do mesmo jeitinho de como o deixei, sem alterações, sem imaginar que todos mudam e que todos tem o direito de mudar (mas para melhor). 

O Ministério Mundial das Ex agradece. Mas eu não!

Eu preferia ter lhe reconhecido com aquele corte ralinho na lateral e um pouco cheinho em cima, que ele insistia em pôr um pequenininho topete básico lindo, sabe? Do jeitinho que combina com o rosto oval dele e disfarça sua temida -suposta- calvice frontal. Do jeitinho de quando eu o vi pela primeira vez, do jeitinho de quando ele chegava de barba e cabelo feitos após eu dar uns puxões e lembrá-lo de como eu gosto de vê-lo assim (ops, gostava... eu dizia que gostava de vê-lo assim. Foi isso que quis dizer, porque hoje já não digo mais. Porque diria, não é?!).
Preferia tê-lo encontrado com um Up e look ultima tendência, mesmo que isso não signifique nada para mim, mas as pessoas ficariam boquiabertas quando ele passasse e isso seria mais bonito de ver. Preferia vê-lo sorrindo, mas um sorriso de felicidade e não efeito do álcool ou de farras incessantes. Como eu queria vê-lo bem, mas bem do meu lado, e de cabelo cortado, isso sim!

Mas a verdade é que parecia que eu estava vendo-o pela primeira vez, como se fosse uma outra pessoa. E me indaguei se ele era realmente uma outra/nova pessoa. O que me deixaria mais espantada, triste, depressiva, revoltada (essa deve ser a palavra mais apropriada).

Aquela não era a pessoa pelo qual eu me apaixonei. Não era a pessoa que eu desejo falar todos os dias, ter todos os dias ao meu lado e ou pelo menos receber uma mensagem/WhatsApp, num sábado dizendo: 
- Meu bem, estou indo ai lhe ver, posso?

A imagem ficou na minha cabeça uma semana inteira e cheguei a imaginar um futuro sem ele, um novo caminho... Não via mais a minha mão na dele... Cheguei a sentir uma falsa autoconfiança... 

Não sei o porque de me sentir assim, mas, não saber o porque e nem o que aconteceu é o que realmente me deixa encabulada.

Ele é meu imenso mundo, mas aquele não é ele.

E o que somente sei dizer é: "-O que aconteceu?!". Assim mesmo, uma pergunta afirmativa, sem explicação e com a certeza de que ele não é mais o mesmo.

- JLA




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